DEPRESSÃO: Como podemos perceber e ajudar?
- jornalviannamais vianna mais
- 23 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Muitíssimas vezes a depressão não é levada a sério... E algumas vezes utiliza-se "apelidos" como frescura, falta de apanhar(ou até mesmo falta de algum companheiro/companheira).
Mas, a depressão é uma doença.
Uma doença silenciosa, geralmente a pessoa que tem depressão demora um pouco pra perceber que tem.
Algumas pessoas que tem acabam se isolando do mundo e outras conseguem pedir ajudar. A estudante Mirela Rosa Batista evidencia:
“(...) depressão a gente não escolhe, ela escolhe a gente. É uma solidão tremenda, muitas amigas minhas passaram ou passam por isso e o que eu passei foi mais a solidão, por que a ansiedade eu não tive muito mas a solidão demais e eu não sei como descrever isso, só posso falar que é ruim demais tento até expressar a depressão em palavras mais não consigo pois é realmente uma sensação horrível. Só quem passa por isso ou já passou sabe como é, você se isola e pensa ser descartável, você tem a sensação que a qualquer momento os seus amigos(as) vão te trocar, mas isso não é totalmente verdade(...). Quem estiver passando por isso hoje: procure ajuda pois sozinho será difícil você sair disso.”

A psicóloga Carol Doná Dias foi questionada pela equipe do Jornal Vianna Mais a respeito do papel da escola nessa luta contra a depressão, ela relatou:
Como psicóloga do Projeto Avanço do Jovem na Aprendizagem – AJA, acredito ser de suma importância à participação do profissional da psicologia dentro do ambiente escolar, pois muitas vezes os próprios professores, além dos alunos, também precisam de auxílio e isso pode dificultar seu trabalho na compreensão e olhar diferenciado para esses estudantes, talvez sendo esse um dos principais pontos que a escola poderia ter em relação aos discentes. Contudo, sabemos que infelizmente não é muito comum, então acredito que professores e demais funcionários da escola devam buscar se unir e tentar compreender o aluno não como um indivíduo, na qual os enxergam como não divisíveis, um grupo de estudantes anônimos, desprovidos de histórias singulares, mas passar a enxergá-los como cidadãos, sendo seres com histórias e inserindo-os no contexto social. Essa inserção no período de aulas presenciais pode ser feita por meio de projetos, debates, rodas de conversa e aulas diferenciadas que busquem englobar tais temas e a vida psicossocial do aluno, todavia, nesse momento de aula remota, acredito que a principal contribuição dos professores e escola seja de buscar interesse não apenas pelas atividades, mas pelos alunos. Sei que muitos educadores dão aulas para bastantes turmas e número de discentes é excessivo, se tornando difícil fazer essa busca detalhada a respeito do que estão passando em suas vidas pessoais, mas acredito que essa seria a melhor maneira: buscar entrar em contato por telefone com os alunos e talvez até familiares, demonstrando interesse em saber suas dificuldades e, caso venham a notar algum distúrbio e/ou transtorno psicológico orientá-los a procurar ajuda profissional, comunicar a escola e juntos encaminharem para órgãos responsáveis e competentes de cada caso.
Não devemos criar campanhas de prevenção e ajuda somente em setembro (considerado o mês da prevenção do suicídio), devemos ter cuidado com os sintomas que as pessoas apresentam sempre, ter cuidado com as pessoas o ano todo. O não cuidado pode levar a pessoas crises em casos mais graves, até ao suicídio.
Então fiquem alerta com esses sintomas:
Sentir-se sem esperança;
Sentir-se culpado;
Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio;
Irritabilidade, ansiedade e angústia;
Necessidade de um grande esforço para fazer coisas que antes eram fáceis;
Perda de interesse em atividades que antes a pessoa apreciava;
Mudança de apetite;
Ganho ou perda de peso;
Insônia
Ajude, você pode salvar uma vida.
Redação de Giovanna da Silva Morais.
Edição de Bruna Gayozo
Arte de Suély Hamester.
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